Caso Marquês (ou Sócrates). É razoável a lentidão da justiça?
Ontem, dia 14 de Setembro (um dia antes do prazo previsto para ser proferido despacho de acusação ou de arquivamento), a Procuradoria-Geral da República decidiu conceder mais 6 meses ao titular do inquérito criminal para o concluír. Mas admitindo sempre que estes 180 dias poderiam ser transformados em algo mais.
Bem, num processo em que existiam logo à partida indícios fortíssimos que levaram à aplicação da medida de coacção mais gravosa no nosso sistema jurídico-penal (a prisão preventiva), começa-se agora a duvidar se tais indícios tão fortes se traduziram em algo de concreto e de substancial contra os arguidos constituídos.
Tal comportamento do Ministério Público parece ir no sentido da "moda" dos últimos anos.
PRENDE-SE PARA INVESTIGAR.
O que é gravíssimo.
Fala-se de José Sócrates agora porque é o arguido mais conhecido.
Mas, lá diz o povo (na sua eterna sabedoria):
"Nas costas dos outros vemos as nossas".
Qualquer cidadão pode passar pelo mesmo que estão a "experimentar" os arguidos do processo "Marquês". Sem conhecer a totalidade dos crimes de que estão a ser investigados, datas, locais, pessoas, acontecimentos suspeitos, etc. Estão num "limbo pré-acusatório" sem qualquer direito de defesa concreto.
Hoje eles.....amanhã qualquer um de nós.