Mega processos: Mais um em Bragança com milhares (ou milhões) de euros de gastos desnecessários.
Numa pequena (e aparente inócua) notícia num jornal nacional neste dia aparece o seguinte título:
"julgamento de fraude com cartas não cabe no tribunal".
Nada de extraordinário.
A não ser o "simples" facto de estar a ser preparado mais um mega julgamento com 118 arguidos. A maioria acusados de obterem a sua carta de condução de veículos automóveis de forma fraudulenta.
Ou seja, poderíamos estar perante cerca de uma centena de processos judiciais, na zona norte e centro do país, cada um com uma duração de duas ou três sessões (tardes ou manhãs).
Como nos últimos anos a justiça portuguesa parece existir para fornecer "material de trabalho" à comunicação social, em pouco tempo centenas de processos deram origem um mega, hiper julgamento que durará anos, com mais de uma centena de arguidos, cerca de uma centena de Advogados, milhares de testemunhas e um enorme prejuízo (mais uma vez) para os contribuintes.
Até foi arrendado um espaço privado para se construír uma mega sala de audiências. Os custos envolvidos e os métodos de contratação são desconhecidos do público em geral.
Mas isso não interessa nada.
O futuro impacto mediático é o mais relevante. O que poderá desde já garantir (ou não) futuras condenações (com base numa mão cheia de nada).
Perante a opção (mais lógica) de se julgarem as pessoas em pequenos e rápidos (e mais justos) processos judiciais, optou-se pela mais mediática e dispendiosa justiça (made in portugal). Os tablóides estão já a esfregar as mãos. Esperam-se milhões de lucro em vendas e publicidade.
FAZER JUSTIÇA actualmente não interessa.
O importante são os processos judiciais e os comentários e negócios à volta dos mesmos.
Estaremos a bater no fundo?
Ou ainda podemos descer mais?